sexta-feira, 8 de março de 2013

FUMAÇA BRANCA? HABEMUS PAPAM?


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A Igreja já suportou temporais bem piores do que esse revelado pela renúncia de Benedictus XVI. Já perdeu Roma como sede, já teve Papas presos e foi contemporânea da invasão nazista à Itália. Mas é um período difícil esse que agora atravessa a religião católica, pois toca em dogmas poderosos que são pilares de toda a crença. Afinal existe a infalibilidade papal em questões religiosas? Se existe, por que um papa renuncia diante de uma crise ao invés de usar seu poder para debelá-la e até fazer definhar o que ele chama de parte negra do rebanho envolvida em fraudes financeiras e escândalos sexuais.

O próximo Papa eleito pelos cardeais vai assumir em meio a uma crise de identidade como poucas vezes se viu. Ele herda uma Igreja dividida, um rebanho assustado e distante cada vez mais dos postulados de uma Igreja que insiste em não ver que o mundo à sua volta mudou a uma velocidade eletrônica. Insistir na condenação do divórcio, pregar o fim da camisinha, discriminar opções sexuais diferentes só vai afastar cada vez mais fiéis em busca de religiões mais tolerantes, pois afinal quem busca Deus não busca o pecado, mas a salvação.

Como a Igreja poderá ser contemporânea sem perder sua tradição é uma tarefa para o seu novo mentor, que deve ser escolhido num conclave onde a política vai estar borbulhando e onde o Espírito Santo vai encontrar dificuldades de achar espaço para inspirar os cardeais como dizem os mais afeitos ao Vaticano. De qualquer maneira, a Igreja vai se mexer. Se para frente ou para trás somente o tempo dirá, mas ela sairá dessa imobilidade do celibato, do desprezo ao homem com seus instintos naturais, pois afinal é a própria Igreja quem diz que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, acrescidos dos defeitos do homem.

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