segunda-feira, 12 de agosto de 2013

RESPOSTAS ÀS MANIFESTAÇÕES FICAM NO PAPEL.

Dois meses após a onda nacional de protestos pela redução da tarifa do transporte coletivo, promessas de melhoria do serviço e maior eficiência no gasto público estão emperradas na burocracia das administrações públicas. Medidas anunciadas por governadores e prefeitos — como a tarifa zero para estudantes no Rio Grande do Sul, o pacote de cortes de despesas em São Paulo e o conselho para dar maior transparência ao sistema de transportes da prefeitura do Rio — não saíram do papel. Na tentativa de viabilizar propostas feitas sob a pressão popular, sobram casos de disputas políticas e ações desencontradas nas principais cidades do país.

É nesse cenário que o Movimento Passe Livre (MPL), responsável pelas manifestações este ano, voltará às ruas da capital paulista esta semana para um ato que promete reunir uma multidão no Vale do Anhangabaú.

A rapidez com que governos anunciaram mudanças no auge das mobilizações não tem se repetido para tirá-las do papel. Os exemplos se repetem pelo país. Em São Paulo, as principais medidas de corte de despesa anunciadas pelo governador Geraldo Alckmin em 28 de junho, e que resultariam na economia de R$ 355 milhões em 2013 e 2014, não foram implementadas.

Na época, foram prometidos a extinção de uma secretaria estadual, uma empresa estatal e uma autarquia, a fusão de três fundações, o fim de 2.036 cargos e a venda de um dos dois helicópteros do governo, entre outros itens. A economia serviria para compensar a perda de receita pela redução da tarifa de R$ 3,20 para R$ 3,00.

No Rio, conselho municipal não saiu

Até hoje, a única ação formalizada foi a extinção dos cerca de 2 mil cargos, com a publicação de um decreto na semana passada. Outras, como a extinção dos órgãos de estado e a fusão de fundações, dependem de autorizações do Legislativo. Porém, os respectivos projetos de lei nem chegaram à Assembleia.

Durante três dias, o GLOBO pediu uma entrevista ao governo para falar sobre o andamento das promessas, sem obter resposta. A gestão Alckmin informou, em nota, que “estão sendo elaboradas as minutas dos projetos de lei sobre a fusão das fundações, a extinção da secretaria, da estatal e da autarquia”, mas não deu prazo para a apresentação dos textos. Sobre a venda do helicóptero, disse que está em análise pela assessoria jurídica do governador proposta de edital para a licitação.

Fonte: Sílvia Amorim/O Globo

Foto: Marcos Alves/O Globo

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