quarta-feira, 8 de maio de 2013

Presidente da Câmara dos Deputados quer propostas estruturantes para convivência com a seca no Nordeste.

STU_0868

Brasília (DF) - O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, disse que pretende construir uma pauta com propostas estruturantes para o combater os efeitos da seca na região Nordeste. Ele presidiu nesta quarta-feira (8), uma comissão geral no Plenário Ulysses Guimarães para debater o assunto. “No Império, buscavam-se os meios para ‘acabar com

a seca’, mas hoje sabemos que ela é um fenômeno com o qual precisamos aprender a conviver. A ocorrência cíclica da seca não pode resultar em desastre para a população”, ressaltou.

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, foi um dos convidados. Ele debateu com os deputados, produtores e trabalhadores rurais, especialistas e representantes do governo federal medidas para reduzir os impactos econômicos e sociais da estiagem que atinge mais de 1.400 municípios nordestinos. O ministro da Previdência Social, Garibaldi Filho, também acompanhou o debate.

“Precisamos buscar soluções estruturantes e não repetir soluções imperfeitas, que apenas são emergenciais”, alertou Henrique Alves. Entre as ações que teriam caráter mais duradouro, ele citou a transposição das águas do Rio São Francisco para perenizar vários rios do nordeste setentrional no período da estiagem e a aprovação de um estatuto para o crédito rural. “São algumas propostas que permitem a convivência digna com a seca”, disse.

Vários potiguares participaram do debate, entre eles, o secretário de Agricultura, Júnior Teixeira e Henderson Abreu, diretor geral da Amater. Também compareceram: o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (faern), José Vieira; Nivaldo Brum e Joana D’arc, da Associação dos Criadores do Seridó e Guilherme Ferreira, da Associação Norte-riograndense de Criadores (Anorc).

DNOCS - O deputado Henrique Eduardo Alves também comentou a transferência da sede do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para Brasília. Ele acredita que a ideia é bem intencionada e tem o objetivo de deixar o órgão mais próximo das decisões. No entanto, o presidente da Câmara reconhece que a transferência do Dnocs para a capital federal enfrenta muita resistência.

Henrique Alves defende uso da energia solar e eólica para gerar riqueza no Nordeste

Brasília (DF) - Ao presidir o debate sobre a seca, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, defendeu o uso do potencial energético e da diversidade de espécies da caatinga como forma de superar as dificuldades impostas por situações climáticas adversas. "A seca atual começou em 2011 e afirma-se que é a pior em 50 anos, atingindo 90 % da região semiárida e afetando não só as lavouras mas também a área urbana", disse. "Precisamos criar um modelo de desenvolvimento para o semiárido", completou.

A seca é considerada um problema crônico e de difícil solução. A falta de chuvas no sertão nordestino está associada a causas naturais, principalmente à baixa influência de massas de ar úmidas e frias vindas do Sul. Como exemplo do potencial energético ainda pouco explorado Henrique Alves citou a vocação do semiárido para produzir energia solar e eólica. "Os baixos índices de precipitação e a baixa incidência de nuvens devem ser vistos como uma janela para o desenvolvimento econômico dessa região", afirmou.

Segundo o deputado, é preciso avançar no uso das informações produzidas por cientistas brasileiros para que seja possível preparar a população para as intempéries climáticas. Henrique Alves defendeu a implantação de medidas duradouras, a exemplo do que ocorre em regiões secas na, Espanha, Itália e na Califórnia, nos Estados Unidos, onde é possível desenvolver a agricultura por meio de culturas adaptadas e da agricultura irrigada.

O presidente da Câmara citou ainda que a Embrapa já desenvolveu um gen altamente resistente à seca para o café. "As plantas resistiram 40 dias sem água", disse. A expectativa, segundo ele, é que a tecnologia possa ser aplicada a outras culturas, como soja e milho, e possa ser disponibilizada para o agricultor nordestino, sobretudo os pequenos produtores.

Henrique Eduardo Alves defendeu ainda mecanismos capazes de assegurar a transferência de recursos e tecnologias para subsidiar a produção agropecuária no Nordeste. Ele ressaltou a importância de concluir as obras de transposição do Rio São Francisco, além de outras obras que aumentem a quantidade de poços e reservatórios de água para garantir o equilíbrio hídrico da região.

Os deputados que propuseram o debate, entre eles Betinho Rosado (DEM-RN), foram encarregados pelo presidente da Câmara de preparar as matérias que tratam do tema para que sejam submetidas ao plenário ainda neste semestre.

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