Os resultados das eleições internas do PT em alguns Estados podem conturbar a montagem de palanques regionais para a campanha da presidente Dilma Rousseff pela reeleição.
Conforme os resultados das disputas estaduais divulgados até o fim da tarde de ontem, o principal constrangimento para Dilma ocorreu em Santa Catarina, onde a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que cuida de articulação política do governo, foi a grande derrotada.
O ex-deputado Cláudio Vignatti, adversário interno de Ideli, foi eleito presidente estadual do PT-SC em primeiro turno com um discurso sobre a necessidade de o partido construir um projeto político claro e ter candidatura própria no Estado em 2014.
O grupo político de Ideli, que apoiava outro nome, trabalha com a hipótese de apoiar a reeleição do governador Raimundo Colombo (PSD), com Ideli concorrendo a uma vaga no Senado.
"Tenho que ser muito diplomático na resposta que vou lhe dar", disse Vignatti, entre risos, dizendo não haver derrotados nem vencedores na disputa entre ele e Ideli: "Sou apenas o representante da tese vencedora, meu papel agora é o de aglutinar".
O atual presidente do PT no Estado, o ex-ministro da Pesca José Fritsch, disse que Vignatti terá que ter habilidade para tentar reconstruir pontes "derrubadas e danificadas".
"Houve um claro objetivo de derrotar a ministra", afirmou ele, que apoiou Ideli.
No Espírito Santo e no Amapá, as eleições foram vencidas por candidatos que defendem que o PT apoie a reeleição de governadores do PSB, legenda do ex-aliado Eduardo Campos, possível rival de Dilma ao Planalto.
No Espírito Santo, o ex-prefeito de Vitória João Coser garantiu a continuidade de seu grupo no poder. Ele defende que o PT apoie a reeleição de Renato Casagrande (PSB), que prometeu ficar neutro entre Dilma e Campos.
O ex-presidente Lula e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, virtual reeleito, preferem apoiar o PMDB ou lançar candidato próprio.
No Amapá, o deputado estadual Joel Banha, eleito presidente do PT local, quer manter a aliança com Camilo Capiberibe (PSB) e disse esperar o aval da direção nacional da sigla. Ele afirmou que precisará "reunificar o partido" após uma vitória inédita, em que teve o apoio de duas alas da esquerda petista.
Fonte: Ranier Bragon e Diógenes Campanha/Folha de São Paulo
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